A fase entre 3 a 6 anos de idade, denominada por idade pré escolar, é marcada por muitas mudanças, a maioria das crianças começam a frequentar o ambiente escolar, começar a realizar suas refeições fora de casa e consequentemente à sofrer influencia externas referentes a alimentação.

A criança deve adquirir independência no ato alimentar, é na idade pré-escolar que se estabelece a coordenação motora, deve-se orientar a criança no sentido de uma participação ativa no ato de consumir os alimentos, ensinando o mais cedo possível o uso de talheres. Ornellas alerta que por comodismo dos pais, as crianças muitas vezes fica em situação passiva quando os pais levam o alimento até a boca da criança, para que a criança consuma o máximo de alimento no menor tempo possível.
Pesquisa realizada pelo Hospital Universitário da Universidade de São Paulo (USP), aponta que crianças do pré-escolar tem apetite inconstante, podendo apresentar muitas vezes falta de apetite, por esse motivo as sobras de alimento no prato deve ser respeitadas, já que a criança consegue regular muito melhor a ingestão de alimentos pela sensação de saciedade, então, irá ingerir apenas o que for suficiente e é importe lembrar que o volume gástrico da criança dessa idade é pequeno se comparado ao do adulto.
Nessa fase é natural que a criança recuse um ou vários tipos de alimentos, Ornellas associa esse comportamento com a afirmação de sua personalidade, ou seja, recusa alimentos, para fazer prevalecer sua vontade. Pode aceitá-los em outro momento desde que não tenha sofrido obstinada imposição.
É muito comum que os pais nessa face utilizam de ´´chantagem alimentar``, ameaçando de criança que caso não coma determinado alimento ficara privada de realizar uma atividade que gosta, ou de comer um alimento de sua preferência, a nutricionista Adriana Maria alerta que essa prática pode até prazer resultados momentaneamente, porém, a criança passa a associar o fato de comer um alimento que não gosta como obrigação ou comer um alimento que gosta como prêmio, não criando portanto um hábito alimentar sadio.
O ato de se alimentar vai além de satisfazer necessidades biológicas e energéticas importantes para o bom funcionamento do nosso organismo, é também fonte de prazer, de socialização e de transmissão de cultura, por isso as refeições devem ser realizadas em ambiente tranquilo. Segundo a nutricionista graduada pelo IMEC/RS, Adriana Maria, nessa face a alimentação da criança pode e deve adequar-se a alimentação dos adultos de sua casa, isso não significa dar à criança todos os alimentos que os adultos estão ingerindo em casa, é recomendado que refrigerante sejam substituídos por suco naturais, doces não deve ser oferecido entre as refeições e introduzir uma grande variedade de legumes e verduras são chaves da boa alimentação, hábitos que uma vez adquirido segue com o indivíduo para o resto da sua vida.
É possível observar que existe baixo consumo de verduras, legumes e frutas, esses alimentos desempenham funções diversas relacionadas à infância tais como auxiliam no crescimento e desenvolvimento, fortalecem o sistema de defesa do corpo, participam do funcionamento de sistema cerebral, e por isso auxilia nas funções cognitivas, previne deficiências como anemia, auxiliam no controle do apetite. As verduras e legumes são ainda as melhores fontes nutricionais de fibras, que previnem a prisão de ventre e ainda controlam a absorção de colesterol, gorduras, carboidrato.
As crianças tem preferência por doces e alimentos ricos em gordura e condimentos, esses alimentos são os principais responsáveis pela hipertensão arterial, colesterol alto e a obesidade infantil, é importante lembrar que, o número de células adiposas se forma na infância e segue com a pessoa pelo resto da vida, dietas realizadas posteriormente a formação desse número, servem para diminuir o volume dessas células, mas não diminuir o número.
Entre os alimentos preferidos das crianças nessa faixa etária é possível perceber que à pouca apreciação por alimentos ricos em proteína que fazem parte da constituição de todos os tecidos, contribuindo para a sua reconstituição ou crescimento e alimentos ricos em cálcio que tem como principal função a formação de ossos e dentes.
Entre os alimentos de menor consumo está o peixe que é rico em proteína, tem grande quantidade de minerais, entre eles cálcio, fósforo, iodo e cobaldo, é fonte das vitaminas A, D e B, tem menos gordura do que a carne vermelha e são ricos em ômega 3 que diminui o risco de doenças cardíacas, aterosclerose (endurecimento das artérias) e ajuda nas inflamações, no desenvolvimento cerebral e na regeneração das células nervosas.

De acordo com Ornellas essa fase é de formação e fixação de hábitos alimentares definitivos, na vida futura são as associações positivas ou negativas que vão definir preferências na opção de alimentos.
BIBLIOGRAFIA
ORNELLAS,Lieselotte e ORNELLAS,Alfredo.Alimentação da Criança.Nutrição Aplicada.Ed. Atheneu.São Paulo:1970.
ALVES, J.A.R. Alimentação do pré-escolar e do escolar.Ped Moderna vol XXXII nº5 ago/95p.496-500.
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Peixe na alimentação é saúde
Consulta realizada em 20/06/2010
Hora do lanche:Nutrição do pré-escolar e escolar
Consulta realizada em 23/05/2010
Alimentação na fase pré-escolar
Autora Adriana Maria
Consulta realizada em 23/05/2010
Pré-escolares
Texto do Hospital Universitário da USP
Consulta realizada em 23/05/2010
Alimentação por idade: Pré Escolar
Característica da alimentação do pré escolar
Rede Brasileira de alimentação e nutrição escolar
Consulta realizada em 23/05/2010.
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